Conhecemos a dança de São Gonçalo, acompanhando os “folgazões” de Mogi das Cruzes: Seu José Tavares, Gonçalinho, Luiz Honorato, os irmãos Dito Fiúza (Benedito Cardoso) e Luiz Fiúza (Luiz Cardoso), estes últimos participantes do batalhão de Moçambique de Seu Conrado. As danças eram feitas em pagamento de promessas e ocorriam aos fins de semana durante o ano todo. A dança é complexa, tem várias partes, os chamados mistérios, cada qual com um conjunto de versos. A coreografia da dança varia em cada mistério, com voltas, sapateados e bate-palmas. A última parte é chamada de Caruru, Cururu de São Gonçalo ou Volta Grande, em que se formam duas rodas, que ao se juntarem formam a “volta grande”,momento em que a imagem do santo era retirada do altar e os festeiros, que pagavam a promessa dançavam segurando-a.

São muitos registros feitos na região de Mogi das Cruzes entre 1974 e 1978.

Entre 1978 e 1979 tivemos a oportunidade de conhecer a dança de São Gonçalo na casa de Mariquinha na Vila Carolina, São Paulo, SP. Mariquinha é filha de Dona Guilhermina do Batuque e Samba lenço e anualmente cumpria sua promessa.

Como são muitos os registros, para a amostragem, fizemos uma coletânea, reunindo trechos da dança desenvolvida por diferentes mestres e folgazões, mantendo várias das rezas cantadas. Alternam-se gravações de Mogi das Cruzes e de São Paulo para se ter ideia da diferença de ritmos e das rezas cantadas. Também foram incluídos fragmentos de explicações, exemplos de mistérios, rezas, dança com sapateado e bate-palmas. É forte a presença das violas tocadas pelos mestres e contramestres, tocadas em louvor ao santo violeiro. São quatro vozes: a do mestre, do contramestre, do tipe e contralto.


Amostra de registros da Dança de São Gonçalo

Amostra de aquivos brutos:

Amostras da coletânea: